quinta-feira, 9 de junho de 2011

Chegou a hora de apresentar o namorado para os pais. E agora?

Todo relacionamento chega a um ponto em que não dá para esconder. As saídas ficam cada vez mais constantes, as ligações começam a demorar mais tempo e são feitas sempre de portas fechadas. Mais cedo ou mais tarde, os pais desconfiam de que existe algo acontecendo que eles desconhecem.



“Para as adolescentes, levar o namorado em casa, por vezes, significa colocar muita formalidade ao namoro”, explica a psicóloga Patrícia Barros sobre por que algumas meninas adiam ao máximo o momento. Segundo ela, as jovens sentem uma pressão para revelar o segredo, mas, ao mesmo tempo, têm medo de, uma vez que assumirem, não possam mais desmanchar o compromisso. De acordo com a psicóloga, as meninas devem colocar na cabeça que, se o namoro não der certo, elas poderão voltar atrás.



“Quanto mais existir essa ansiedade e medo, mais formal fica a apresentação e mais difícil será o momento”, alerta Patrícia. A melhor forma de encarar esta etapa, de acordo com a psicóloga é, com calma, pensar em uma maneira de deixar a família e o parceiro confortáveis durante o selar do compromisso. Aquela tradição de o garoto pedir para namorar a filha ao sogro ficou para trás há muito tempo. O ideal é a própria filha contar aos pais sobre o relacionamento em uma conversa aberta e tranquila, sugere a psicóloga.



O momento da apresentação



Patrícia explica que é normal sentir pressão sobre o modo de se comportar, medo da reação da família e do que será exigido em termos de compromisso. Depois de assumir um relacionamento sério com o garoto, talvez os pais peçam mais satisfações para as saídas do fim de semana, coloquem regras para horários ou de comportamento dentro de casa.



Segundo a psicóloga é comum que cada família, mais conservadora ou liberal, imponha um modo de convivência e isso não deve atrapalhar a vida do casal.



“Mas, se o momento de formalizar o compromisso for encarado como muito ameaçador, pode significar que o casal precisa esperar um pouco mais até que ambos se sintam seguros”, aconselha Patrícia. A estudante de arquitetura Carla Zuccherelli, 20 anos, demorou meses até assumir seu primeiro relacionamento para os pais. O casal tinha 17 anos quando começou a ficar. “Já estávamos saindo há alguns meses e meus pais começaram a perguntar, então achei que já estava na hora de apresentá-lo”, lembra.



Para tomar a decisão, Carla antes pensou sobre o que o namorado significava para ela. “Vi que ele era importante para mim, a ponto de me fazer assumir um compromisso pela primeira vez”, conta. A estudante lembra que o casal combinou de assistir a um filme na casa dela, em um momento em que os pais estivessem lá. “Não foi nada de outro mundo”, comenta Carla, que na hora da apresentação temia que a família não gostassem dele. No entanto, o namorado foi muito bem recebido, segundo a estudante.





A estudante Patrícia Andrioli, 21 anos, ficou ansiosa na apresentação do namorado aos pais. “Qual será o papo entre eles?”, questionou-se ao convidar o garoto para um compromisso familiar. A principal preocupação de Patrícia era se o namorado corresponderia às expectativas da família, pois a opinião dos pais é essencial para ela. “É preciso estar segura do passo que quer dar, na medida em que o relacionamento vai ficando sério, é importante a família conhecer a pessoa com quem você está envolvida”, afirma. Quanto aos pais, ela acredita que eles devem fazer o máximo para criar um ambiente agradável, descontraído e evitar piadas de mau gosto.



Quando os pais proíbem



“Você é muito nova para namorar”, essa pode ser a reação da família ao saber do relacionamento. Porém, de acordo com a psicóloga Patrícia Barros, “o que importa no namoro não é a idade e, sim, os sinais de que a jovem tem maturidade para entender as vantagens e desvantagens de assumir um compromisso sério”. Abrir mão de conhecer afetivamente outros meninos, investir tempo no namorado (o que implicará em menos tempo com os amigos e para o estudo) são exemplos das consequências de formalizar um namoro, enumera Patrícia.



Os pais podem estar corretos por não aceitar o relacionamento. Mas, se a jovem está ciente de tudo o que vai abrir mão e acha que não deixará de aproveitar a adolescência por estar namorando, Patrícia aconselha a tentar um novo diálogo com os pais. “Relações proibidas pela família envolvem consequências diversas”, explica. Apesar de os encontros às escondidas terem um gostinho diferente por serem proibidos, a escolha pode implicar na perda da confiança dos pais. “Propor um teste, aceitar as condições negociadas com a família e conquistar a confiança por meio do cumprimento dos tratos são o caminho para um bom relacionamento com o namorado e com a família”, conclui a psicóloga.


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